O nome da música não é muito divulgada, mas ousam clicando play logo aí abaixo:
Com os créditos e méritos do Blog :
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Also sprach Zarathustra, Op.30 (1896)
Richard Strauss (1864-1949)
Sugestão de análise enviada pelo leitor Matheus Antônio da Silva
Participe também e envie o nome de 5 obras para análise para o email:
contato.johnblanch@gmail.com
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Richard Strauss |
O compositor e regente Richard Strauss viveu, ao longo de sua carreira, um dos períodos mais caóticos do mundo (politicamente, socialmente e culturalmente falando). Mesmo não sendo um anti-semita, o compositor chegou a se envolver indiretamente com o nazismo no momento em que ele aceitou o cargo para presidente da “Câmara musical de Reich”, mas em pouco tempo foi demitido por Goebels(ministro do povo e de propaganda nazista), pois deixou o nome do libretista judeu nos cartazes de divulgação de uma de suas óperas.
Na década de 1880, Strauss teve a oportunidade de conhecer, através dos Poemas Sinfônicos de Liszt, uma nova maneira de ligar a música com a literatura (música programática). O Poema Sinfônico tenta expressar musicalmente o que o poeta tentou expressar na literatura.
Apaixonado por esse estilo, Strauss passou os anos seguintes empenhado em compor músicas com base em obras literárias. Nesse período ele compôs obras como Don Quixote, Macbeth, Uma vida de herói, AusItalien , Don Juan, Morte e Transfiguração, As aventuras deTill Eulenspiegel e Assim Falou Zaratustra, que absorvem a estrutura de Liszt com a sonoridade de Wagner e as quais ele nomeou “Poemas Tonais”.
Assim Falou Zaratustra de Nietzsche é uma grande obra filosófica que condena a moralidade do cristianismo e a realidade da sociedade anunciando o supra-homem, que é considerado alguém superior, capaz de colocar-se acima dos outros e criar seus próprios valores. A história se trata de Zaratustra, um sábio que aos 30 anos resolveu se isolar durante quase 10 anos nas montanhas até que em uma manha ensolarada ele resolveu sair de casa para compartilhar a sua sabedoria com a humanidade.
Essa obra de Nietzsche foi homenageada por vários outros compositores como, por exemplo, Gustav Mahler (Existe parte do texto de Zaratustra na sua sinfonia nº3) e Frederick Delius (Missa da Vida). A figura de Zaratustra também chegou a ser utilizado por Jean-Philippe Rameau (diversas óperas).
Assim Falou Zaratustra de Strauss é uma homenagem à obra de Nietzsche formada por apenas um grande movimento ininterrupto, porém dividido em nove pequenas sessões, cada uma delas com o nome de um capítulo do livro de Nietzsche. Apesar da sua genialidade, a obra de Strauss foi moralmente questionada devido ao tema escolhido (já que as idéias do Supra-homem de Nietzsche serviram como base para a filosofia nazista).
“[...] Não pretendi escrever uma música filosófica ou transformar o trabalho de Nietzsche em música. Eu quis sim transmitir na música uma idéia de evolução da raça humana desde a sua origem, através de várias fases de desenvolvimento, tanto religioso quanto cientifico, com a idéia do Supra-homem de Nietzsche. [...] De longe a mais importante de todas as minhas peças, a mais perfeita em forma, em riquezas do conteúdo e mais individual no caráter.”(Richard Strauss)
O que Strauss quis dizer, é que essa obra não é uma representaçãoexata das palavras de Nietzsche, mas sim uma representação das distintas emoções que as palavras de Zaratustra proporcionaram ao compositor.
Ao longo da obra, vamos perceber um conflito constante entre duas tonalidades: A tonalidade de Dó (representação do universo) e a tonalidade deSi (Representação ahumanidade).
O mais incrível é ver que essas duas notas, apesar de estarem tão próximas uma da outra, são completamente distantes quando se trata da harmonia. (Podemos fazer também a mesma analogia com o humano e o universo)
“Eu quis mostrar que essas duas tonalidades (Dó e Si) simplesmente não podem ser forçadas a ficarem juntas, a peça inteira mostra todos os tipos de tentativas, mas isso simplesmente não funciona. Essa é a pura verdade!" (Richard Strauss)
1- O Amanhecer
Nessa introdução, a humanidade sente o poder de uma força superior. Como já disse acima, a tonalidade de Dó é a representação do Universo e da Natureza.
(00:05)A música começa com um grave pedal da nota Dó, feito pelo órgão, contrabaixos e reforçado pelo Bombo.
Tema do Universo |
(00:29)O tutti orquestral nos surpreende com sua magnificência e responde com uma fanfarra que transforma o acorde de Dó maior em Dó menor, seguido de um estrondoso ataque do tímpano. (00:34)
O universo é capaz de tudo, ele tem a força, a sabedoria e a superioridade em relação ao humano. Ouvindo isso tenho a sensação de ser minúsculo diante do mundo.
Tudo se repete novamente até que na terceira e última retomada do tema (00:55) vamos para a subdominante (01:05) e terminamos em um imponente acorde de Dó maior(01:26), concluindo o primeiro e glorioso discurso de Zaratustra.
Por:
John Blanch
A Se tudo fosse simples e belo assim.
No blog de John Blanch Você pode ouvir as outras composições de Strauss e suas analises.
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Até a próxima pessoal!
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